quarta-feira, 20 de maio de 2020

XÔ ME APRESENTAR:

SOU MÃEDRINHA. SOU TÃO PEQUENININHA, MAIS TÃO PEQUINININHA, QUE NEM PRECISO DE SOMBRINHA OU DE VIZINHA.

SUA A FADA MADRINHA. SOU TODA SOZINHA, SOU DE TODAS AS ÁGUAS, SE TODAS AS ASAS, DE TODOS OS VENTOS.

MESMO SOZINHA, TÔ DENTRO E FORA DA CrOZINHA. NO JARDIM, SOU SENTINELA E PLURAL.

SABE
O EU QUERIA SER MESMO?
EU QUERIA SER SEM OSSO,
SER ASSIM, SÓ MOLINHA
PRA DESLIZAR SOBRE AS SUPERFÍCIE, AS PEDRAS, OS AZULEJOS. EU QUERIA SER SÓ MINHA, MINHA MESMA, DE SE BASTAR DE SI E ME ESPALHAR NOS ESPELHOS DAS SOMBRAS COM SUAS FORMAS DE FUGIR E DE BRINCAR...

MAS PRA SER SOZINHA
EU TERIA QUE ME AGUENTAR
SEM A COMPANHIA ALHEIA, DAS ERAS E DAS TREPADEIRAS, QUE HOSPEDAM BORBOLETAS PRA ESPIAR O MUNDO LÁ FORA, POR CIMA DO MURO.

AI, ESSA CONVERSA TÁ ME DANDO SONO. NUM DÔ MÊRMO PRA ESSAS INVERTEBRÃNÇAS. MAS EU QUERO SER SOZINHA PRA NÃO TER SEQUER VIZINHA.

NÃO, NÃO. VOLTE AQUI. ANTES DE ME DESPEDIR
VOO ME DESPIR DAS PALAVRAS E ME COBRIR COM O HÁLITO DA CENTELHA QUE NOS ABRASALA POR INTEIRA.

EU SOU TUDO QUE O NADA PERMITIU ENCHER: AÇUDE, POÇO, CACIMBA, RIO E MAR.

EU SOU UMA ESTRELINHA, TOCO SINO, EMBALO SONO, SOU SÓ SUA COMPANHIA. SOU A FADA QUE TE FAZ SONHAR NO COLO DA PAZ....

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